O Olhar de...
- Economista português
- Ministro das Finanças dos X e XI Governos Constitucionais (1985 – 1990); Secretário de Estado do Planeamento (1980)
- Administrador do Banco Português do Atlântico / BPA e do Banco Comercial Português / BCP (1997-2001), presidiu ao Banco de Fomento e Exterior / BFE e ao Banco Borges & Irmão / BBI (1992-96), à API - Agência Portuguesa para o Investimento (2002-05) e ao Banco Português de Negócios / BPN (2008)
- Antigo estudante da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), com Licenciatura em Economia (1968). Foi docente da FEP em vários anos entre 1968 e 1985
- Como teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante/professor da U. Porto?
Foi em 1963, vinha da terra do Eça, do bom convívio de sete irmãos, um pouco desprevenido, havia tido uma vida rodeada de afectos e amigos, tinha aprendido com uma excelente e exigente professora primária a que se seguiu um liceu de bom ensino, de repente vejo-me na Faculdade de Economia, era ali nos Leões, apertada pela magnífica Reitoria e pela veneranda Faculdade de Ciências... Frequentemente, fazia a viagem de comboio entre a Póvoa e a Trindade, percorria a pé aquelas ruas da cidade para ir às aulas e voltar, o trajecto no inverno era mais duro do que agora, fazia mais frio e chovia bastante mais, o Piolho era um bálsamo... Depois, dei aulas de várias disciplinas, das quais guardei um lugar especial para a estatística e a macroeconomia, fiz parte da comissão de reestruturação da FEP dos fins dos anos setenta, envolvi-me em algumas coisas mais e finalmente passei a uma natural intermitência de relações com a minha Universidade.
- Qual a importância da U. Porto no seu percurso profissional?
Imensa.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projetar para o futuro?
Avalio muito bem. E será cada vez mais importante.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?
Deve ser o caminho que vem percorrendo... Que é o oposto do imobilismo e do contemplativismo. São caminhos de qualidade, criatividade, universalidade. É o caminho dos actos producentes, ou se quisermos da produtividade, sem o que uma instituição não vive, vegeta. Um caminho que permite atravessar as vanguardas da técnica, da ciência e da cultura, apostar na internacionalização e na exportação de investigação e saber. Caminho que afirme uma crescente autonomia financeira perante o orçamento do Estado e diga não a qualquer forma de despesismo.
- Que Universidade do Porto gostaria que fosse celebrada daqui a 100 anos?
Gostaria que nos 100 anos, e muito antes disso, a U.Porto pudesse ser vista como uma referência mundial da ciência e da cultura.
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto .
Brindo com um Porto à saúde e em homenagem a todos quantos, no dia a dia, trabalham e estudam na a U.Porto, funcionários, professores, investigadores e alunos e, assim, respeitam a história da instituição e a memória de todos os que tornaram possível o justo prestígio que é a melhor razão para comemorarmos o centenário da a U.Porto.
Foto: EPA
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
« Retroceder | Topo da Página | Imprimir