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Sérgio G. Silva: "Temos que crescer com a comunidade e dar resposta aos seus problemas"

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O Olhar de...

- Estudante português

- Presidente e fundador da ONG G.A.S.Porto – Grupo de Acção Social do Porto, com participação em missões humanitárias em Cabo Verde, Timor-Leste, Quénia, Uganda, Etiópia e Djibouti.

- Consultor nas Nações Unidas, pela WFP – World Food Programme

- Estudante do Doutoramento em Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica (especialização em Gestão Industrial) pela FEUP (mais informações)

 

Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda dessa experiência?

 

A Universidade do Porto foi e ainda é um espaço ao qual me mantenho ligado. As minhas principais memórias são de crescimento. A U.Porto foi o espaço onde conheci muitos dos amigos que ainda hoje estão próximos, e que me acompanhou em especiais momentos, como por exemplo a criação da ONG G.A.S.Porto. Não tenho dúvidas que a riqueza das diferentes culturas e saberes que a U.Porto  reúne, neste caso especifico, foram um dos maiores factores de sucesso desta organização e da minha vida.

Partilho dois momentos que me marcaram enquanto aluno da U.Porto. Um, nos primeiros dias e outro nos últimos dias! Apesar de anos de aulas, de problemas e desafios a resolver (sou engenheiro), são duas conversas que recordo. Dois momentos de definição na minha vida.  Cheguei e era considerado bom aluno, mas precisava de algo mais, precisava de fazer algo mais útil no ambiente em que estava. O que precisava era de me equilibrar, de me orientar. E foi na Unidade de Orientação e Integração da FEUP com a Drª Maria do Céu, que encontrei  essa disponibilidade, essa atenção para me orientar e acompanhar nesta minha vontade de fazer algo mais. Seriam os primeiros passos para criar o G.A.S.Porto, hoje uma ONG com mais de 140 voluntários activos.

Outro momento: estava eu a procurar orientação junto do Professor João Falcão e Cunha e do Professor Barbedo Magalhães, sobre o meu tema de tese de mestrado. Estes dois professores porque me conheceram como pessoa, enquanto estudante,  souberam-me desafiar naquele momento. Identificaram o meu potencial e desafiaram-me a ser ainda mais audaz. Passado um mês estava eu a caminho de Roma para trabalhar nas Nações Unidas...

Pormenores, mas que fazem a diferença entre o bom e a verdadeira sabedoria, a arte de servir, de ensinar.

 

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso, não só ao nível da formação, como do ponto de vista profissional e cívico?

 

A Universidade do Porto teve um papel importante na minha formação. Sou o que sou hoje não só porque passei pela Universidade, mas é óbvio que contribuiu em muito para o meu crescimento. A Universidade proporciona  aprendizagem, é um meio de enriquecimento: vivem-se imensas experiências, tem-se acesso a diferentes perspectivas e ideologias, adquirimos saber e cultura científica, entre outras coisas. E isto, se bem integrado no que já somos pode ser útil para um crescimento interior que nos fará crescer como Homens, com mais conhecimento científico e melhores valores. Mas como digo tem que ser sempre integrado no que somos e queremos ser. Tem que ser colocado num percurso de utilidade. Se não, é um desperdício de recursos, tempo e dinheiro, uma inutilidade.     

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projectar para os próximos 100 anos?

 

 A Universidade em geral tem um papel importante na sociedade. É vista como um espaço influente na formação de uma cultura, de um povo. A U.Porto em particular, é na minha opinião um bom exemplo de uma boa intervenção. De forma directa, contribui com a formação de alunos com boa qualidade, o que sem dúvida leva à criação de riqueza da região e país (financeira, mas também cultural, ideológica, entre outros). Além disso, é uma universidade que não se fecha e que se envolve com o mundo exterior. Do envolvimento com empresas ou em acções cívicas, até ao desenvolvimento de soluções inovadoras, a U.Porto vem contribuindo bastante para a melhoria do nosso país.

Sinto no entanto que o potencial é muito maior. A U.Porto é em si, um património extremamente rico pelo conhecimento e pessoas que reúne. A mobilização destas pessoas e saberes como um todo, e não de forma singular, isto é, com uma intervenção mais em conjunto, com mais diálogo e ligação das várias pessoas e saberes poderá atingir um sucesso muito maior. A complexidade dos problemas (pode ser a sociedade, a economia, a pobreza, os objectivos do desenvolvimento mundial, entre outros) necessita de intervenções conjuntas. Para isso é preciso criar plataformas/espaços onde haja forte diálogo e colaboração de equipas multi-disciplinares, que com uma boa gestão de motivações, liderança e visão, poderiam projectar o papel da universidade para um nível muito mais elevado. Com uma utilidade capaz de criar um mundo muito melhor.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel de uma Universidade do Porto daqui a 100 anos?

 

 A universidade cresce se o meio em que se encontra cresce. Por isso essa envolvente com o seu meio e a forte ligação entre as suas faculdades será determinante para o seu futuro. O mundo apresenta novos paradigmas, grandes desafios. Esta complexidade requer respostas boas e novas. Por isso temos que apostar na qualidade e inovação. Mas isso todos nós sabemos. Não é novidade. Por isso a questão, não é tanto o quê, mas como? E para mim, a resposta é clara. Temos que ser mais profundos e olhar para os problemas e soluções como um todo. Alguns exemplos: Apostar na formação complementar: não podemos querer só saber de engenharia ou medicina, ou psicologia, ou línguas; temos que ter especialistas, claro, mas sem nunca esquecer o todo; Temos que incentivar aos bons valores: criar bom ambiente, proporcionar felicidade; Temos que estar mais unidos: proporcionar mais diálogo e explorar sinergias entre as diversas faculdades e pessoas; temos que crescer com a comunidade que nos rodeia: atentos a quem tem problemas, aos pobres e àqueles que sofrem isolamento (nunca seremos completos e felizes se sentirmos que não queremos saber desta parte).

Conseguindo desenvolver estas componentes, conseguiremos com certeza crescer muito mais. Mais facilmente e rapidamente rendemos mais, percebemos melhor o Homem, a sociedade, desenvolveremos soluções mais acertadas e de forma mais rápida, saberemos motivar mais os outros, os melhores alunos e empresas vão ser  atraídos por e para a U.Porto, enfim, seremos melhores. E este conceito não é teórico. É o mais prático que pode haver...todos nós sentimos que faz sentido, que é por aqui.

 

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.

 

Cem anos de história significam muitas memorias, muita pessoas, muitas alegrias, dificuldades, ... muitos sonhos. Tenho a certeza que os próximos cem anos serão ainda melhores.

Nos últimos 100 anos muitas coisas aconteceram: de grandes guerras, a grandes descobertas, o mundo foi crescendo e a U.Porto foi crescendo, aprendendo a dar a sua contribuição. Não sei como serão os próximos anos. Mas de certeza que serão cheios de desafios. A grande diferença, é que agora temos mais capacidade para ajudar, para intervir. Somos mais crescidos. temos 100 anos:)

Mais capacidade significa também mais responsabilidade. E a estes desafios e sentido de responsabilidade, tenho a certeza, que todos nós na U.Porto, responderemos como sempre: juntos e ainda com maior motivação, daremos o nosso melhor para que com conhecimento criado possamos contribuir para um mundo melhor.

 
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