O Olhar de...
- Empresário português
- Presidente do Conselho de Administração da Cifial – Centro Industrial de Ferragens
- Presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) / Associação Industrial Portuense entre 1985 e 2008
- Antigo estudante da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), com Licenciatura em Engenharia Mecânica (1968)
- Como é que teve origem a sua ligação à Universidade do Porto?
Depois de passar pela Escola Académica do Porto para obter o Curso Comercial e porque sempre quis ser Engenheiro, fiz equivalência ao antigo sétimo ano do Liceu. Para tal, tive de fazer dois anos no Instituto Industrial do Porto e em regime livre a Cadeira de Filosofia no Liceu D. Manuel Segundo.
Fiz o Serviço Militar Obrigatório, que durou 39 meses na Aviação. De seguida fui para Coimbra e fiz os preparatórios. Regressei ao Porto e formei-me em Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Guardo as melhores recordações da faculdade.
- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional?
Como estava ligado à Indústria do meu Pai - fábrica de ferragens e fechaduras - tirei o máximo de partido da Universidade, tendo um apoio dos Professores, nomeadamente o Prof. Vasco Sá, que me corrigia os trabalhos que eu ia desenvolvendo na empresa, onde a tecnologia ainda era muito retrógrada. Fui verdadeiramente Engenheiro, durante trinta anos e gostei de o ser. Fui e ainda hoje sou engenheiro por vocação.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projectar para o futuro?
No tempo em que realizei o meu curso na FEUP, ainda existiam os cursos intermédios: as Escolas Industriais e os Institutos Industriais. Os Engenheiros, nas fábricas, estavam permanentemente a ser ajudados e pressionados pelos "Engenheiros Auxiliares, ou Técnicos" e até pelos elementos das Escolas Industriais (de "fato macaco"). Nessa altura os Engenheiros tinham uma cadeia de apoio técnico, que ajudava a comunicar com os trabalhadores.
Quando iniciei a minha carreira formal de Engenheiro, não havia mais nenhum Engenheiro, ou qualquer coisa que se parecesse. A percentagem de trabalhadores com o antigo 7º ano, era inferior a 7%. Salvei-me "roubando" na Escola Industrial de Espinho dois Mestres, que funcionaram como Engenheiros, que "dialogavam" muito bem com os trabalhadores.
Mais tarde admiti Engenheiros Técnicos e Engenheiros da FEUP. Foi óptimo.
Hoje tudo está muito melhor, apesar de a cadeia de competência técnica nas empresas precisar de ser melhorada. A U.Porto e a FEUP estão muito mais ligadas às Empresas. Tem muito mais competências. Tem melhores receptores e sabe entrar nas fábricas.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?
Gostaria que a Universidade do Porto e, particularmente a FEUP continuasse a desenvolver as suas boas relações com as Empresas. Que se encontrassem maneiras de os formados exercerem as funções que escolheram.
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.
Também eu gostava de celebrar cem anos, ou mais... Mas a Universidade do Porto é ETERNA!
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