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M. Sobrinho Simões: "É fundamental acentuar a marca Universidade do Porto"

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O Olhar de...

- Médico e investigador português (mais informações)

- Director e investigador do IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto)

- Professor Catedrático de Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP)

- Antigo estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), com Licenciatura (1971) e Doutoramento (1979) em Medicina.

- Prémio Pessoa em 2002

 

- Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante/professor da U.Porto?

A minha ligação familiar à U.Porto envolve duas gerações, a dos tios-avós, com aventuras académicas amplamente divulgadas pel’O Tripeiro e a de meu pai e tio materno, menos exuberante mas não menos portuense que a anterior. A ligação privilegiou sempre as Ciências da Saúde e as respectivas instituições, com destaque para a velha Escola Médica e o Hospital de Santo António, substitutos no imaginário da família da Faculdade de Medicina de Coimbra e das Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto.
Se tiver que identificar os meus símbolos académicos mais remotos oscilo entre o edifício imponente na Praça dos Leões onde aprendi Física e Química Médica, o Piolho e a antiga Faculdade de Medicina, pré-incêndio, para onde ia com meu pai “fazer” experiências bioquímicas. Se a opção for a escolha das pessoas mais marcantes nos meus primeiros anos universitários identificaria um conjunto muito heterogéneo de personalidades, capaz de albergar desde o Prof. Amândio Tavares ao Doutor Corino de Andrade.
A minha vida passa-se hoje no Polo da Asprela entre a Faculdade de Medicina/Hospital S. João e o Instituo de Investigação que contra as opiniões dos gurus do marketing insistimos em chamar IPATIMUP, isto é,  “da UP”. No futuro próximo teremos também no Pólo da Asprela o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S). Em conjunto com o Hospital de S. João e o IPO-Porto por um lado, e diversas Faculdades da UP vocacionadas para a Medicina, a Biomedicina e a Engenharia Biomédica, o I3S contribuirá para construir no âmbito do Health Cluster Portugal um Pólo regional de Ciências da Saúde de nível internacional.

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo tem ido de encontro às suas expectativas?

Julgo que basta dizer que o meu olhar sobre a Universidade do Porto é tão enviesado que me sinto obrigado a declarar ab initio um conflito insanável de interesses (Leia-se: gosto tanto da U.Porto, sinto-me tão parte dela, que sei que qualquer juízo valorativo sofrerá de falta-de-objectividade). Um pormenor: Tal como o nosso Reitor tenho um par de gravatas da Universidade do Porto que uso, ad libitium o que já deu origem a algumas graças quando aparecemos “geminados”.

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país)?

Como características “major” da Universidade do Porto salientaria o equilíbrio do desenvolvimento das suas diferentes áreas (Engenharias, Saúde, Arquitectura, Letras, Belas Artes,…), a internacionalização, a marca e a solidez institucional.

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel de uma Universidade do Porto daqui a 100 anos?

Um desejo para o futuro: Que a Universidade do Porto, isto é, as suas Unidades e as suas Gentes, sejam cada vez mais exemplares em termos de formação, investigação cientifica, desenvolvimento tecnológico e interacção com as empresas e a sociedade em geral. Se conseguirmos isto vamos também conseguir uma das melhores Universidades da Europa e do Mundo. É fundamental acentuar as marcas Porto e Universidade do Porto por mais que nos, custe assistir, e custa-nos ao desbotamento de marcas como Faculdade de Arquitectura, Faculdade de Medicina, ICBAS, IPATIMUP, IBMC, INEB,…

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto

O que se deseja a uma instituição com 100 anos é que seja exemplar pelo trabalho, pela qualidade e pela (boa) governação.

 
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