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Rui Costa: “A Universidade tem de ir buscar cientistas jovens e de topo”

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O Olhar de...

- Cientista português

- Investigador principal do Programa Champalimaud de Neurociências, Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) - Center for the Unknown da Fundação Champalimaud

- Antigo Estudante do GABBA | Programa Graduado em Áreas da Biologia Básica e Aplicada da Universidade do Porto (1997-2001)

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante do GABBA?

 

A minha ligação à U.Porto resulta do programa GABBA, para o qual entrei em 1997. Eu sou veterinário, tirei o curso em Lisboa e estive durante um ano na Suécia a trabalhar como guest researcher. Como estava interessado em seguir investigação, houve um amigo meu, que tinha entrado na primeira edição do GABBA, que me disse que havia um novo programa na U.Porto, que resultada da fusão de quatro mestrados. Foi assim que concorri e que acabei por entrar.

Do GABBA guardo momentos muito bons. Desde logo, a primeira entrevista com a Professora Maria de Sousa, o Professor Sobrinho Simões, a Professora Conceição Magalhães e o Professor António Amorim [fundadores e primeiros coordenadores do GABBA]. Depois, destaco o ano de aulas que tivemos no Porto [após o primeiro ano, os estudantes do GABBA têm a possibilidade de escolher qualquer laboratório no mundo para desenvolver o trabalho de doutoramento] e fiquei muito impressionado com a diversidade de temas que tratamos, com os colegas que conheci, com as diferentes instituições da Universidade (na altura, o IBMC e o IPATMUP estavam a começar em força…). Foi uma experiência muito enriquecedora que, de alguma forma, me abriu para o mundo e que fez com que eu me mantivesse sempre ligado ao programa. Hoje continuo a ensinar no GABBA e a ser responsável pelo Programa de Neurociências.

 

- Qual a importância da passagem pela Universidade no seu percurso científico?

 

Acho que não conseguia estar onde estou se não tivesse tido essa experiência. Eu já estava interessado na área da investigação antes de entrar, mas o GABBA foi como que um abrir de portas e de perspetivas muito grande. Na altura tínhamos professores que vinham de muitas áreas diferentes, dentro e fora da Universidade. Paralelamente, íamos para o Hospital de São João, para a Faculdade de Ciências, para o IPATMUP, para o IBMC... Toda essa vivência representou um turning point, um ponto de viragem na minha vida científica, que me deu um alavancamento muito grande para o que viria a fazer até hoje.

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade do Porto no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo se poderá projetar para o futuro, com especial no campo da investigação científica?

 

Na altura em que estive na U.Porto como estudante, a Universidade publicava muitíssimo e era uma instituição de excelência e num crescendo muito grande ao nível de investigação. Penso que isso continua a acontecer, mas acho que, com o surgimento de outras universidades mais novas, que oferecem cursos nas mesmas áreas de investigação, a Universidade do Porto ficou para trás nalguns aspetos, quando devia ter sido mais arrojada. Por isso, e apesar de a avaliação global ser positiva, gostava muito que a Universidade do Porto arriscasse mais. Que houvesse continuidade do programa GABBA, mas também uma maior visibilidade deste e doutros programas da Universidade. Que houvesse uma maior aposta em cientistas jovens e independentes e que, paralelamente, houvesse uma maior capacidade para atrair investimentos internacionais.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?

 

A aposta tem que ser claramente no contexto internacional. A Universidade do Porto não é uma universidade regional. É a maior universidade portuguesa e, até para se afirmar na região e no país, deverá pensar-se e construir-se como uma universidade de impacto a nível internacional, que esteja entre as melhores universidades da Europa e do mundo.

A Universidade do Porto em que eu entrei tinha atraído a Professora Maria de Sousa, o Professor [Alexandre] Quintanilha, o Professor Sobrinho Simões ou o Cláudio Sunkel. Ou seja, teve a capacidade para ir buscar pessoas que estavam lá fora e que estavam no topo das suas áreas. Hoje, a Universidade tem que continuar esse esforço de ir buscar pessoas novas e de topo. Por outro lado, deve-se apostar numa maior visibilidade do conhecimento produzido na Universidade, como forma de atrair mais investimentos internacionais.

 

- Que Universidade do Porto gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos…?

 

Gostaria que se celebrasse uma Universidade com um modelo diferente do das outras universidades portuguesas e europeias; uma Universidade em que se privilegia o conhecimento; uma Universidade que forma pessoas para o mundo, uma Universidade que tem investigação de topo mas que lidera quais são as tendências de cada momento. Pegando no exemplo da escola de Arquitectura do Porto, que é mundialmente famosa, gostava que houvesse essa escola concetual em todos os departamentos da Universidade do Porto.

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.

 

100 anos já é uma idade respeitável mas, mais do que a idade, é o impacto nas pessoas que tem que ser celebrado. Que venham mais 100 anos a fazer pessoas para mudar o país e para mudar o mundo.

 
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