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Luís Filipe Menezes: A U.Porto será indissociável de um projecto de alavancagem do Porto e do Norte”

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O Olhar de...

- Político português (mais informações)

- Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (1998 - …)

- Presidente do Partido Social Democrata / PSD  (2007 – 2008)

- Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no XII Governo Constitucional (1991- 1995)

- Antigo estudante da Faculdade de medicina da U.Porto (FMUP), com Licenciatura em Medicina e Cirurgia (1977)

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da FMUP?

 

Foi com orgulho e muita honra que fui aluno da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a melhor do país. Foram anos de muito trabalho mas também de muito companheirismo. Guardo, para a vida, as muitas e grandes amizades que ali fiz, e que continuo a cultivar. Foram professores da envergadura cívica e intelectual de Daniel Serrão que formataram uma significativa parte da minha consciência política e cívica e muito da maneira como olho para a vida. São também memórias perenes as que passei em alegres e intensos convívios e tertúlias à volta de temas como os livros, o cinema, a política, no Café Piolho, esse espaço de culto, de rebeldia e inconformismo.

 

- Qual a importância da passagem pela Universidade no seu percurso profissional / cívico e de que modo foi de encontro às suas expectativas?

 

Formei-me em medicina por vocação. Exerci a minha profissão em Portugal e em Paris. Percorri muitas terras recônditas, ajudei a dar mais qualidade de vida às pessoas, penso que em cada consulta, em cada atendimento médico, tive a preocupação de, também, transmitir esperança. Esta actividade de estar perto da pessoas e dos seus problemas foi fundamental para a minha formação adulta. Tive a felicidade de ter excelentes professores e homens de enorme sabedoria, e não apenas científica. Tive grandes colegas, hoje médicos eméritos, mas principalmente amigos que ficaram para sempre. Por tudo isso, a minha passagem pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foi fundamental e decisiva para a minha vida. Hoje, como político, sinto-me bem mais preparado para ajudar as pessoas e encontrar soluções para os seus problemas pelo facto de ser médico.

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projetar para o futuro?

 

A Universidade do Porto é um alfobre de gente com inegáveis qualidades humanas, técnicas e cívicas. O seu papel é esse: formar pessoas para melhorar a vida das pessoas nas respectivas áreas específicas.

A Universidade do Porto deve assim ter todas as condições para ser um espaço que transmita saber e que, também, ajude a criar no seu seio projectos potenciadores de estimular a economia da cidade, da região e do país, ajudando com outros parceiros, como a autarquia, a fomentar um mercado de trabalho capaz de absorver os jovens licenciados.

A Universidade do Porto é um dos poucos focos luminosos da região Norte, pelo seu prestígio científico e cultural. Será, no futuro, indissociável de um projecto de alavancagem da imagem  e da força do Porto e do Norte.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Que Universidade do Porto gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos…?

 

O caminho que está a ser percorrido é o correcto, tendo em conta a performance da Universidade do Porto nos “rankings” internacionais. Gostaria de ver um maior envolvimento da comunidade não científica na vida da Universidade. Gostaria que a Universidade do Porto fosse elevada a parceiro privilegiado de uma estratégia política que devolvesse ao Porto e ao Norte a sua energia vital de empreendedorismo e liberdade criadora.

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.

 

Na passagem do centenário da Universidade do Porto, quero manifestar o meu reconhecimento pelo prestígio que a Universidade do Porto granjeou ao longo destes primeiros 100 anos de vida. O seu papel na vida da cidade, da região e do país foi e é insubstituível, não só no campo científico e do estudo, mas como espaço de liberdade, de debate e de novas ideias.

A história da U.Porto é uma história recheada de nomes ilustres, que ali foram buscar a sua formação científica e cujos conhecimentos depois aplicaram em prol do bem comum. Sinto orgulhoso em ter sido seu aluno e relembro com saudades os anos em que ali frequentei o curso de Medicina.

A passagem do centenário apanha a Universidade do Porto num momento de grande exaltação do seu prestigiado papel de espaço de cultura e ensino. Um papel que deve ser aproveitado para projectar o Porto e o Norte.

 

(Por indicação do autor, o texto não se encontra escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

 

 
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