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José Novais Barbosa: “Será necessário perseverar na melhoria da qualidade”

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O Olhar de...

- Engenheiro e professor universitário português (mais informações)

- Reitor da Universidade do Porto entre 1998 e 2006

- Professor Jubilado da Faculdade de Engenharia da U.Porto. Professor Emérito da Universidade do Porto (2007).

- Presidente do UPTEC- Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto

- Antigo estudante da Faculdade de Engenharia da U.Porto com Licenciatura (1963) e Doutoramento (1969) em Engenharia Civil.

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante, professor e reitor?


A origem e o desenvolvimento da minha ligação à Universidade do Porto são muito simples de explicar. Ainda como estudante, fui convidado pelo Prof. A. Álvares Ribeiro para exercer funções no Laboratório de Hidrálica da Faculdade de Engenharia e aí fui permanecendo, sucessivamente como assistente, professor extraordinário e professor catedrático, até o Prof. Alberto Amaral me convidar para integrar a sua equipa como vice-reitor.

Catorze anos e meio de actividade, inicialmente como vice-reitor e posteriormente como reitor, completaram o exercício de funções activas na Universidade.

É, no entanto, mais difícil seleccionar momentos marcantes da minha experiência enquanto estudante, professor e reitor.

Como estudante, os melhores e não tão bons momentos terão sido idênticos aos de muitos outros estudantes. O estudo de matérias extensas e ministradas com grande exigência, que uma vez ou outra me parceram pouco interessantes, algumas aulas menos agradáveis, a tensão ligada à proximidade dos exames são aspectos a recordar como menos agradáveis. Mas a fruição do ambiente universitário, a convivência com os colegas, a qualidade humana e científica de um grande número de professores e, tantas vezes, os momentos em que foram conhecidas as classificações finais das disciplinas constituem reminiscências que continua a valer a pena permitir que afluam à mente.

Na qualidade de docente, professor, recordam-se sempre como aspectos salientes os que permitiram evoluir na carreira (doutoramento, concurso para professor extraordinário, a que se associava a agregação), um ou outro progresso nas matérias em estudo ou investigação e no reconhecimento das vantagens do exercício da profissão de engenheiro para um docente da Faculdade de Engenharia. Também são de recordar como aspectos agradáveis a qualidade geral dos alunos com quem compartilhei as vicissitudes do ensino e aprendizagem, a amizade de outros professores, o ambiente de trabalho na Escola.

Depois na Reitoria… Refiro o privilégio de ter entrado num momento de grande expansão da Universidade: no domínio das instalações universitárias, no número de estudantes (de licenciatura, mestrado e doutoramento), no campo da investigação e desenvolvimento. Admito ter contribuído para que o espírito de unidade se tenha reforçado na Universidade. É muito grato reconhecer como sempre fui tão bem tratado pela esmagadora maioria das pessoas com quem tive a possibilidade de conviver. Ficou, no entanto, como aspecto menos agradável para relembrar o que se prende com algumas “lutas” externas, nomeadamente a questão da autonomia das universidades, em que me empenhei, mas que sempre esbarrou com o desinteresse ou mesmo a franca oposição dos sucessivos governos, sempre centralizadores…


- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo foi de encontro às suas expectativas?


A Universidade do Porto foi uma presença permanente no meu percurso profissional e toda a minha actividade se centrou na honrosa distinção de ter sido acolhido no seu universo.

Na Universidade, tive a oportunidade de aprofundar conhecimentos que me foram muito úteis para o exercício da profissão de engenheiro, e do exercício desta profissão, sempre com a preocupação de introduzir alguma inovação na abordagem dos problemas, considero ter adquirido um tipo de experiência prática de que resultaram benefícios para os futuros engenheiros de que fui professor.

A expectativa de um percurso profissional ligado à Universidade constituiu uma circunstância muito agradável no início da carreira. E, no seu prosseguimento, novos patamares de expectativas se foram criando; umas vezes realmente concretizadas; outras vezes, ultrapassadas; numa ou noutra circunstância, não alcançadas, como é normal.

 

- Como avalia o papel desempenhado – no passado e no presente – pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país)?

 

A Universidade, com as três grandes componentes da sua missão ¾ ensino/aprendizagem, investigação e extensão universitária ¾, constitui sempre um potencial factor de desenvolvimento da cidade, da região e do país em que se encontra inserida. No caso da Universidade do Porto, o papel desempenhado e o relevo alcançado como instituição de referência no seio da comunidade é por demais evidente.

Curiosamente, a Universidade do Porto, desde a sua fundação, tem percorrido um trajecto que foi atribuindo sucessivamente maior importância a cada uma das três componentes da missão pela ordem indicada, sem prejuízo das anteriores.  No início, foi o ensino a componente essencial, com professores de grande mérito, científico e humano, que a solidificaram como instituição de prestígio. A investigação foi-se desenvolvendo até atingir a posição de destaque no panorama do universo das instituições de investigação do País que hoje detém. E, mais recentemente, tem sido o desenvolvimento da terceira missão, nomeadamente no âmbito da valorização económica e social do conhecimento, um dos seus grandes objectivos que está a ser prosseguido com êxito.

A Universidade do Porto, como a de maior dimensão e de maior produção científica no País, e actualmente com grande dinâmica no âmbito do empreendedorismo e inovação, é, sem dúvida, uma instituição de referência e uma extraordinária mais-valia para a sua Cidade e Região.

 

 - Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?

 

O caminho a percorrer é o que a Universidade foi traçando ao longo da sua história. É impossível que tudo se transforme instantânea ou, pelo menos, muito rapidamente. Será necessário perseverar na melhoria da qualidade, considerada esta no seu significado mais amplo: perseverança dos estudantes, através não só do estudo e consequente aprendizagem das matérias curriculares, mas também de todos os restantes aspectos de uma formação integral, designadamente os aspectos de cultura geral, éticos e de apetências para a inovação e empreendedorismo; perseverança dos professores, procurando, dia após dia, melhorar a sua intervenção nos processos de ensino e aprendizagem, aprofundando a investigação e transmitindo aos estudantes o gosto pela cultura empreendedora.  Aos que têm a seu cargo a gestão universitária competirá criar condições para que docentes e discentes disponham dos meios que potenciem a sua valorização, solidificar as estruturas de que são responsáveis e contribuir para que estas e as suas congéneres se congreguem num movimento de unidade de toda a Universidade.


- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.

 

Quando se completam 100 anos sobre a data em que as instituições de ensino superior da Cidade do Porto se fundiram numa só Universidade e quando se verifica que várias gerações de estudantes, docentes, funcionários não docentes ¾ que por ela passaram e que, mesmo eventualmente no exterior, sempre por ela pugnaram ¾, com o seu saber, esforço e dedicação criaram as condições para que a Universidade do Porto fosse adquirindo um crescente prestígio, não será apenas uma esperança, mas uma inequívoca certeza, a de que, ao longo do próximo século de vida, metas ainda mais exigentes que as actualmente prosseguidas vão ser sucessivamente ultrapassadas numa contínua ascensão no panorama das instituições universitárias mais reconhecidas e respeitadas.

 
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