04 de Janeiro de 2012
Se 2012 promete trazer desafios acrescidos ao país, a Universidade do Porto enfrenta o novo ano expandindo-se no espaço e nas ambições. É essa vontade que se traduz nos vários edifícios que, ao longo do ano, vão reforçar o campus da Universidade, contribuindo para melhorar a missão de vários organismos ligados à instituição.
Das diversas obras em curso destaca-se o novíssimo complexo da Faculdade de Farmácia (FFUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), que está a nascer nas traseiras do antigo edifício da Reitoria da U.Porto, na Rua D. Manuel II. A inaugurar nos primeiros meses do ano, a estrutura de quatro edifícios (três concebidos de raiz e o da antiga Reitoria, totalmente requalificado), e orçada em mais de 36 milhões de euros (com financiamento do FEDER, do PIDDAC e da própria universidade) projeta-se numa área de mais de mais de 35 mil m2, onde não faltam as mais modernas estruturas vocacionadas para o ensino e para a investigação cientifica. Para trás ficam as dificuldades que as duas faculdades enfrentavam nos antigos edifícios, no Largo Abel Salazar (ICBAS) e na Rua Aníbal Cunha (FFUP).
Com o novo edifício inicia-se também uma das mais inovadoras experiências colaborativas geradas no seio da U.Porto. Apesar de cada faculdade ocupar espaços próprios, “há serviços partilhados que terão uma gestão comum”, explica José Fernandes, vice-diretor da FFUP, sobre um processo que abrange os serviços de informática, a biblioteca, salas, o salão nobre, um foyer, uma cantina, um bar, entre outros equipamentos. Mas a partilha vai mais longe no jogo de polígonos e pontes suspensas que traçam a geometria do edifício.
“Todas as instalações estão interligadas. Ou seja, as pessoas, queiram ou não, vão passar a conviver no mesmo espaço, o que pode potenciar colaborações interessantes”, aponta o diretor do ICBAS, António Sousa Pereira. Outra inovação passa pela forte ligação ao Centro Hospitalar do Porto (que engloba o Hospital de Santo António / HSA, o Centro de Ambulatório e o Centro Materno-Infantil do Norte), ao qual o complexo ficará ligado.
Também no início de 2012 é inaugurado o novo edifício da Faculdade de Medicina (FMUP), que vem reforçar as instalações já existentes no Hospital de São João. Orçada em mais de 25 milhões de euros (igualmente financiados pelo FEDER, PIDDAC e U.Porto), a obra tem como ponto agregador um edifício central equipado com salas convertíveis, uma biblioteca com mais de 1000 m2, um átrio para eventos e um auditório com capacidade para mais de 300 pessoas. O destaque centra-se contudo nos dois edifícios vocacionados para o apoio a atividades de investigação, que passarão a acolher alguns dos mais produtivos cientistas nacionais.
“Já somos líderes na produção científica mas não queremos só artigos publicados. Precisamos de elevar a atividade científica clínica e de translação, intensificando o intercâmbio entre a investigação básica e a clínica. Com este novo edifício vamos poder fazê-lo”, ressalva Agostinho Marques, diretor da FMUP.
Não se esgota contudo nas escolas a dinâmica de crescimento evidenciada pela Universidade, reflexo do desenvolvimento da instituição nos últimos anos e do progressivo envolvimento com a comunidade. É esse o caminho que, permanecendo no Pólo da Asprela, encontra paradigma no Centro de Incubação de Base Tecnológica do Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto (UPTEC), situado junto à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP). Ainda por inaugurar, o edifício de seis andares constitui a “primeira vida” de um complexo que combinará a incubação de 57 empresas de base tecnológica e os serviços centrais do UPTEC. A segunda fase – Edifício Central – arranca já no início de 2012 e deve estar pronta no primeiro trimestre de 2013.
O Centro de Incubação é, de resto, apenas uma das vertentes da expansão que o berço empresarial da U.Porto se prepara para conhecer cinco anos após a sua criação. Com uma “carteira de clientes” que conta mais de 100 empresas, o UPTEC será reforçado, já em janeiro, com o Centro de Inovação da Asprela, a nascer junto à Faculdade de Engenharia. Até 2013 está também prevista a conclusão dos espaços do Pólo das Indústrias Criativas e a instalação da incubadora do Polo do Mar em Leça da Palmeira, num conjunto de investimentos que ultrapassam os 23 milhões de euros.
As resoluções para 2012 trazem, entretanto, outras novidades. Nas infraestruturas voltadas para a investigação, o ano começa ao ritmo das obras do edifício que vai acolher a Unidade de Sistemas de Energia do INESC Porto e quatro unidades de investigação da FEUP dedicadas à área da Energia. Prioritário em 2012 será também o avanço das futuras instalações do I3S, o “super centro” de investigação que concentrará as atividades do Ipatimup, IBMC e INEB nas imediações do primeiro.
A criação de espaços para a comunidade académica é outra das apostas no horizonte da U.Porto a curto prazo. Logo nos primeiros meses de do ano será inaugurado um pavilhão gimnodesportivo junto à cantina de Engenharia, que vai servir a prática de várias modalidades. No que toca aos espaços culturais, as atenções viram-se para a renovada Casa Andresen, (ao Jardim Botânico do Porto). Ali ficará instalada a futura Galeria da Biodiversidade, estrutura que, juntamente com o Edifício Histórico da Reitoria, deverá concentrar os projetos da Universidade na área dos museus.
Estes e outros projetos em curso dentro do edificado da U.Porto são tema em destaque na última edição da revista ALUMNI. Encontre-a aqui.
* As inaugurações dos novos edifícios da FFUP / ICBAS e da FMUP são eventos integrados nas comemorações do Centenário da U.Porto.
Na foto: Novo complexo da FFUP e do ICBAS
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