ANTECEDENTES
O progresso da Aula de Náutica e da Aula de Debuxo e Desenho, aliado a outros interesses da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, levaram a que a Junta Administrativa se dirigisse mais uma vez ao Princípe Regente, futuro D. João VI, solicitando o estabelecimento, no Porto, de aulas oficiais de comércio e de matemática e de aulas para o ensino das línguas francesa e inglesa. Em resultado deste pedido, um Alvará régio de 9 de Fevereiro de 1803 instituiu a Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto em substituição das Aulas de Náutica e de Debuxo e Desenho, a qual foi ocupar as instalações do Colégio dos Meninos Órfãos.
As actividades lectivas do novo estabelecimento tiveram início em Novembro de 1803. Adoptando um modelo que prefigurava o de um instituto politécnico, a oferta formativa contemplava um Sistema de Doutrinas Matemáticas e Navegação, uma aula de Comércio, outra de Desenho e duas da Língua Inglesa e Francesa, a que se juntava um curso de Filosofia Racional e Moral e uma aula de Agricultura. O corpo docente incluía ainda o apoio de um “mestre de manobras”, que ensinava as matérias relativas aos exercícios de manobra naval.
Pela diversidade de saberes que leccionava, a Academia apresentava já um dos traços distintivos da actual Universidade do Porto. A sua existência coincide ainda com o arranque – em 1807 - do longo e amplo projecto de recuperação e reabilitação arquitectónica das instalações do Colégio dos Meninos Órfãos, sobre as quais se ergue o actual Edifício Histórico da Universidade do Porto.
Objecto de profunda remodelação curricular durante o governo de Passos Manuel, a Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto acabou por ser inteiramente absorvida pela Academia Politécnica em 1837.
Mais informações
(Texto adaptado de SANTOS, Cândido dos - Universidade do Porto: raízes e memória da Instituição. Porto: UP, 1996).
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