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O regresso da Faculdade de Letras

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17 de Agosto de 1961

"Quero dar uma notícia que será grata a todos os portuenses e, permitam-me que acrescente, será grata ao coração do distinto reitor, que tem sido o paladino do restabelecimento, no Porto e na sua Universidade, da Faculdade de Letras. Posso asseverar a V.as Ex.as que esse restabelecimento vai ser uma realidade!" (intervenção do Presidente da República, Almirante Américo Tomás, na sessão de abertura do ano letivo 1960/1081 da U.Porto. In O Primeiro de Janeiro, 21 de outubro de 1960)

 

Apesar de compensado com a criação do Centro de Estudos Humanísticos em 1947, o vazio deixado pela extinção da 1ª Faculdade de Letras no campo do ensino humanístico nunca foi totalmente ultrapassado no seio da Universidade. Não estranha por isso que, em outubro de 1960, o anúncio do ressurgimento da Faculdade de Letras – formalizado em decreto de lei menos um ano depois - tenha sido recebido com “grandes e vibrantes ovações” por parte da comunidade.

 

Até esse momento, o restabelecimento da FLUP há muito que vinha  mobilizando os órgãos de poder da Universidade, a imprensa, o meio intelectual e o próprio Parlamento, onde vários deputados se pronunciaram a favor da reabertura. Ao longo da década de 1950, a campanha encontrou igualmente ecos junto dos deputados do círculo do Porto, autores de várias intervenções parlamentares a expor a necessidade de uma Faculdade de Letras como garantia do ensino humanístico na cidade.

 

Este esforço acabou então por ser recompensado no 50º aniversário da Universidade do Porto, em 1961, ano em que a FLUP foi oficialmente restaurada pelo Decreto nº 43.864 (http://repositorio-tematico.up.pt/handle/10405/24105), de 17 de agosto. A Faculdade, que anexou o CEH, (re)iniciou o seu funcionamento letivo em  outubro de 1962, ministrando duas licenciaturas — História e Filosofia — e o curso de Ciências Pedagógicas. Assim permaneceu até 1968, data a partir da qual foram surgindo, aos poucos, novas licenciaturas e cursos de pós-graduação (a partir de 1982) distribuídos por diversos domínios científicos.

 

Após a restauração, a FLUP começou por funcionar em quatro salas do edifício da antiga Escola Cirúrgica, que chegou a partilhar com a FCUP, FEUP, FEP, o Orfeão e o Teatro Universitário. A exiguidade do espaço, associada ao crescimento da escola, obrigou, contudo, à dispersão das atividades letivas pela Casa/Palacete Burmester, o edifício da Rua das Taipas, o Seminário de Vilar e o edifício do “Complexo Pedagógico”, no Campo Alegre.

 

EM 1995, os apelos da comunidade académica por um edifício próprio para a FLUP acabariam por ser respondidos com a inauguração do novo edifício no Campo Alegre, “casa” dos mais de 3 mil estudantes que frequentam os 13 cursos de 1º ciclo (licenciatura), 30 de 2º ciclo (mestrado), 18 de 3º ciclo (doutoramento) e os muitos cursos livres ministrados hoje em dia pela faculdade.

 

Mais informações em http://tinyurl.com/historia-flup.

 
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