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Instalação do Jardim Botânico na Quinta do Campo Alegre

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1951



“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos. Havia nele roseiras, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas. E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim.” (excerto do poema O rapaz de bronze, de Sophia de Mello Breyner Andresen)

 

A ideia de se instalar um Jardim Botânico no Porto há muito que vinha sendo debatida quando o Estado português decidiu ceder à Universidade do Porto os terrenos da Quinta do Campo Alegre para a instalação do Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio - ligado à Faculdade de Ciências - e do Estádio Universitário. Anunciada em Janeiro de 1950, a instalação do Jardim foi formalizada em Diário do Governo a 21 de Novembro do ano seguinte, culminando assim um processo liderado pelo professor Américo Pires de Lima.

 

Opção preferencial face a alternativas como os jardins de S. Lázaro, da Cordoaria e do Palácio de Cristal, a Quinta do Campo Alegre  pertencera à Ordem de Cristo no século XVIII. Em 1802, foi adquirida por João Salabert, primeiro de vários proprietários que a quinta conheceu ao longo do século XIX. Em 1895 foi comprada por João Henrique Andresen Júnior - avô de Sophia de Mello Breyner e de Ruben A, cuja obra literária imortalizou o Jardim e a não menos famosa Casa Andresen - que recuperou os jardins. A quinta manteve-se na posse dos Andersen até 1949, data em que é vendida ao Estado Português.

 

Após a cedência da Quinta à Universidade, desde logo se lançaram mãos à recuperação do jardim que dominava parte dos 12 hectares da quinta (a área seria reduzida a 4 ha após o atravessamento da propriedade pelos acessos da ponte da Arrábida, em 1954). Para tal foi contratado Karl Franz Koepp, arquitecto paisagista alemão a quem se deve o traçado que ainda hoje marca o roteiro do Botânico. Entre 1952 e 1967, os trabalhos liderados por Koepp envolveram, por exemplo, a limpeza e recuperação dos jardins existentes, o traçado de novos jardins, a construção de estufas e de um lago, a implantação de novos caminhos e a instalação de uma rede de rega semi-automática, sistema pioneiro no Porto.

 

O Jardim foi finalmente aberto ao público em 1968, servindo paralelamente de palco privilegiado da actividade científica e formativa desenvolvida pelo Instituto Dr. Gonçalo Sampaio. Cumpria-se deste modo a vocação de “museu, viveiro e sala de estudo” que “O Comércio do Porto” antecipara num artigo de Março de 1946.

 

Desde então, a história do Jardim Botânico do Porto tem sido marcada por várias obras de requalificação que têm adaptado o espaço à modernidade. Em 1983, o Jardim encerrou ao público para reabrir apenas em 2001, após uma ampla intervenção. De uma intervenção posterior, desenvolvida entre 2006 e 2007, resultou a renovação das redes de caminhos, rega, drenagem e eléctrica, a par de um conjunto de outros melhoramentos.

 

Espaço de referência na vida da Universidade, na paisagem do Porto e na cultura do país, o Jardim Botânico do Porto continua hoje a assumir especial importância pela sua vertente botânica. De portas abertas ao público, possibilita o acesso a um conjunto único de espécies, quer pela sua raridade quer pela sua dimensão.

 
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