22 de Abril de 1948
“Depois da criação da cantina, instalada num bom prédio da Rua da Boa Hora, onde os estudantes encontram num ambiente familiar refeições abundantes, bem confeccionadas e por uma diária muito reduzida, além de acolhedoras salas de jogos para os seus escassos lazeres, impunha-se a duma pousada onde pudessem encontrar o prolongamento natural dessa cama - uma casa asseiada e confortável, um quarto higiénico e dotado das indispensáveis comodidades. (..) Foi esse melhoramento ontem inaugurado, noutro belo prédio da Rua do Rosário, nº 150, a meia dúzia de passos de distância da cantina.” (In O Comercio do Porto, 23 de Abril de 1948)
Com a progressiva expansão dos serviços da Universidade e o consequente aumento dos estudantes, desde cedo que surgiu no seio da U.Porto a ideia de se criar uma residência dos estudantes. A intenção foi manifestada no Senado da U.Porto logo em 1934 e apontava para a instalação da nova valência no Palácio das Carrancas. Contudo, o primeiro lar para estudantes surge apenas em 1948, por iniciativa do Centro Universitário do Porto (CUP). Trata-se do Lar de S. João de Brito, situado no nº 150 da Rua do Rosário, junto à Cantina do Centro, instalada em 1944, na Rua da Boa Hora.
A Residência do Estudante Universitário foi inaugurada a 22 de Abril de 1948, numa cerimónia que contou com a presença de várias autoridades académicas, civis e militares da cidade (na foto). Personalidades que, de acordo com o relato d’O Comércio do Porto, ficaram “agradavelmente impressionadas com a ordem e asseio de todas as dependências da Residência”, entre as quais se contavam “nove amplas salas, com duas e três camas e um balneário”. Ali, cada estudante podia encontrar “ confortável leito, mesa de cabeceira e secretária para o estudo, boa iluminação, aquecimento”, sendo o ”custo diário do uso do cama, com direito a pequeno almoço, somente, de 2$50”.
Apesar da mais-valia que representava para a comunidade académica, o Lar não satisfazia as necessidades da Universidade, uma vez que só tinha capacidade para 17 estudantes. "Estou certo de que o Governo não deixará de apoiar os nossos desejos de ver todos os estudantes do Porto dignamente alojados”, apelou o Reitor da U.Porto, Amândio Tavares, logo na sessão inaugural. Já Jayme Rios de Sousa, director do CUP, lembrou que “com as residências as poderemos com mais eficiência realizar a missão de contribuir para converter a Universidade num meio social de convívio e colaboração de Mestres e Discípulos”.
A verdade é que, nos anos seguintes, a oferta serviços de acção social aos estudantes da U.Porto sofreria um importante reforço, que prosseguiu até à actualidade. Em meados da década de 50 existiam já nove lares (seis femininos e três masculinos) com capacidade para albergar 200 estudantes. Desde então, apareceram o Lar Infante D. Henrique (1955), o Lar de Nuno Álvares (1956), o Lar Gomes Teixeira (1958), o Lar Afonso de Albuquerque (1961) Lar Reitor Amândio Tavares (1965), entre outros.
Actualmente, os estudantes da Universidade do Porto dispõem de dez residências (equipadas com 1 214 camas) dispersas pelos três pólos do campus universitário. Aos Serviços de Acções Social da U.Porto (SASUP) cabe ainda a gestão de 19 unidades de alimentação (cantinas, bares, etc.), as quais servem uma média superior a 5500 refeições por dia.
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