O Olhar de...
- Geneticista portuguesa
- Directora e fundadora do Centro de Genética Clínica (CGC)
- Professora Catedrática de Genética na Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto (FMDUP)
- Antiga Estudante da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), com Licenciatura em Medicina e Doutoramento
- Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à
Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência
enquanto estudante/professor da U.Porto?
A Universidade do Porto esteve sempre presente nas minhas origens. Foi sempre a minha casa e em casa vivia-se a Universidade, com orgulho, dignidade, exemplo e total espírito de entrega e serviço. O meu Pai, Amândio Tavares, Catedrático de Genética Médica da Faculdade de Medicina, e o meu Avô, Amândio Tavares, Catedrático de Anatomia Patológica e Reitor da Universidade durante 17 anos, traziam o ambiente construtivo que se vivia na Faculdade para as conversas diárias. Poderia ter considerado outros percursos, mas no meu horizonte de então nunca esteve outro sol: pertencer à Universidade do Porto, e em especial à Faculdade de Medicina. Contudo, o peso da responsabilidade que existe em qualquer indivíduo que tenha o pai professor da instituição que frequenta, é muito elevado, e neste meu caso a fasquia estava muito alta.
Uma certeza tenho: tive magníficos Professores e a eles devo o que sou. O sentimento de gratidão para com eles é o primeiro e o maior.
- Qual a importância da U. Porto no seu percurso profissional e que modo foi
de encontro às suas expectativas?
A Universidade influencia-nos numa idade crucialmente estruturante. Para além dos ensinamentos técnicos e da exigência, muitos Professores incluíam perspectivas humanistas e sociais nas suas aulas. Eram carismáticos, inspiradores, dedicados e cooperantes; e, acima de tudo genuinamente interessados na evolução dos alunos. As aulas eram, por isso também, um autêntico prazer intelectual. Tenho sinceras saudades, e gostaria que fosse possível revisitá-las de novo.
É um privilégio ser professor. É muito gratificante ensinar, motivar e estimular o espírito crítico. Por outro lado, o fascínio da investigação científica, o prazer de uma descoberta ou de uma melhoria traz uma enorme alegria emocional e intelectual na investigação produtiva.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade, com especial enfoque na relação com o tecido económico/empresarial e na produção de mais valias ao nível do Conhecimento & Inovação?
A Universidade é composta por profissionais e tem missão Maior: formar pessoas nas suas diversas áreas. A sua influência natural estende-se na sua circunstância, contribuindo para o estímulo da comunidade, trazendo ideias e desenvolvimento.
O conhecimento e inovação não são exclusivos das Universidades, mas são sem dúvida um aditivo enzimático para uma sociedade produtiva e animada. A Universidade tem uma capacidade e espaço para gerar ideias, e lançar novas perspectivas. Todos os ingredientes são necessários para o impulso determinado e consistente que o país precisa.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?
O prestígio das Universidades mede-se pela qualidade e impacto dos seus formadores e dos seus formados, e da investigação produzida. A Universidade do Porto produziu personalidades da maior relevância, que são o orgulho de todos nós.
O caminho é a contribuição e interacção de todos, com o propósito firme do desenvolvimento científico e da inovação em todas as áreas. Não estamos isolados dos eventos globais, sejam científicos, económicos ou mesmo políticos. O capital humano altamente qualificado e a expansão do conhecimento são indispensáveis para procurar e encontrar soluções.
A U.Porto é indiscutivelmente reconhecida como um marco de conhecimento e inovação nas suas diferentes Faculdades, que tem como consequência o prestígio regional, nacional e internacional.
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