O Olhar de...
- Médico dentista português
- Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (desde 2001)
- Presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais
- Presidente-eleito da FDI World Dental Federation
- Antigo Estudante da Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto (FMUP), com Licenciatura em Medicina Dentária (1987)
Como é que teve origem a sua ligação à Universidade do Porto?
O Porto, as suas instituições, as suas gentes, surgiram sempre na minha vida por opção consciente e inabalável. A Universidade do Porto insere-se nesse contexto, na sequência de um percurso feito no Liceu D. Manuel II, também, no Porto. Alguns anos que vivi na então República Federal da Alemanha, proporcionavam-me atractivas possibilidades de aí encetar a minha formação académica. O que não considerei. Bem como, a minha admissão para a Academia da Força Aérea, para uma carreira de oficial piloto-aviador, o que igualmente preteri a favor da UP.
Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da U.Porto?
Mais do que a transmissão de saber, mais que a aquisição de conhecimentos, uma capacidade refinada de pensar. O início dos anos 80, com o ressurgimento da Queima das Fitas, fomentou uma identificação transversal entre faculdades, combinando um peculiar espírito académico com a cultura e forma de pensar das gentes do Porto. Aliado a estes aspectos, uma enorme capacidade de tolerância e de integração relativa a estudantes de outras paragens e outros países.
Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional?
A UP deu-me não só a capacidade médica, técnica e ética para o exercício de uma profissão, então muito recente como a medicina dentária, mas de igual forma, proporcionou-me, também, alguma capacidade para levar a cabo, em paralelo, um percurso associativo, político, nacional e internacional, seja na presidência da Ordem dos Médicos Dentistas e do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, seja na presidência do Council of European Dentists e da FDI World Dental Federation.
Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projectar para o futuro?
Subaproveitado. A UP, com alguma responsabilidade própria, não tem sido o referencial que a cidade, o Norte, o País, a Diáspora Portuguesa esperariam. Algo está a mudar profundamente na UP. De futuro, deverá pela sua dimensão, procurar, de uma forma mais vincada, na internacionalização e na ligação à sociedade civil, a projecção a que saudavelmente se propõe. Sempre numa perspectiva de excelência e de qualidade.
Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?
Através de 5 vertentes que me ocorrem:
1. Ligação à vanguarda da sociedade civil;
2. Internacionalização (ex: Diáspora, Palop’s e parecerias com outras instituições reputadas internacionais);
3. Flexibilidade no estabelecimento dos corpos docentes;
4. Maior aposta nas pós-graduações e especializações (essencialmente disponibilizadas em língua inglesa);
5. Intensificando a componente de e-learning, ensino à distância.
Que Universidade gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos?
Mais do que uma Universidade, um “Campo do Saber”. Acessível a todos: ex-alunos e a elite da sociedade civil, reagindo fundamentalmente em função do mérito, europeu e mundial. Uma Universidade aberta, onde a formatura seria, apenas, o mínimo denominador comum.
Um campo do saber com uma marca - Universidade do Porto -, que seja uma referência nos países de língua e expressão portuguesa, na Europa e no Mundo.
Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto
Saúdo a Universidade do Porto, o projecto “Fundação” com vista a uma autonomia crescente. 100 anos constituem uma prova de mérito, de resistência.
Que a Universidade do Porto continue o caminho da transmissão de saber, do conhecimento, da ética e se afirme como uma referência mundial, mais uma, a partir da cidade do Porto.
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