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Raquel Seruca: "A U.Porto tem que gerar novos passos para o Conhecimento"

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O Olhar de...

- Cientista portuguesa

- Antiga estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde completou a Licenciatura (1985) e o Doutoramento (1995)

- Investigadora e coordenadora do Grupo de Genética do Cancro do IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto)

 

- Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto?

A minha ligação foi feita através do IPATIMUP. Uma das missões do IPATIMUP é contribuir para a formação pré e pós-graduada e desse modo sempre estive envolvida neste tipo de actividades com uma ligação estreita à Universidade do Porto. Numa determinada altura a U.PortoP convidou-me para ser responsável pela Escola de Ciências da Saúde da Universidade Júnior e só nessa altura é que comecei a percorrer os “corredores” da Universidade. Foi uma experiência encantadora e muito enriquecedora como “docente pré-graduada” da U.Porto. Acho que foi a partir dessa altura que realmente senti que PERTENCIA a uma Nova Universidade do Porto.
 
Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante/  investigadora da U.Porto?
 
Como estudante não muitos. Eu fui aluna da Faculdade de Medicina da U.Porto e não tínhamos vida académica extra aulas. Naquela altura todos os alunos estavam preocupados apenas em ser alunos e não havia “Campus Universitário”. Nessa altura senti-me apenas uma estudante a habitar numa redoma que por sinal não era extraordinariamente agradável e não propriamente uma aluna da Universidade do Porto. O meu filho já não sente o mesmo e foi apenas este ano que ele começou a ser estudante da Universidade do Porto. Ele sente que pertence à Universidade do Porto de uma forma diferente do que eu senti na altura e está entusiasmadíssimo e  eu estou muito contente com isso. Tem mais SORTE do que eu tive na minha altura e isso é porque a Universidade mudou, para melhor.
Como investigadora, a minha ligação à U.Poto tem sido totalmente diferente. Eu sinto que a Universidade se preocupa connosco, tem se preocupado imenso em nos cativar e tem desenvolvido imensas actividades onde os investigadores tem um papel crucial na vida da UP.   Só como investigadora é que percebi a enorme dinâmica da U.Porto e o que é realmente um ambiente Universitário.

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo tem ido de encontro às suas expectativas?
 
Até agora o papel da Universidade do Porto tem sido interessante mas não fundamental para a minha carreira. Eu participo com muito gosto nas actividades de pós-graduação da UP e isso tem contribuído claramente para melhorar a minha actividade científica, também. Tenho sempre imenso orgulho em dizer que sou uma investigadora ligada à Universidade do Porto.
A partir de agora AGUARDO que o papel da U.Porto seja fundamental para a evolução da minha carreira profissional. Aguardo ANSIOSAMENTE, e tenho mesmo a certeza, que vou começar a dizer que SOU uma investigadora da Universidade do Porto.
 
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projectar para o futuro, com especial enfoque no campo da investigação e da produção de conhecimento e inovação?
 
 A Universidade desempenha um papel crucial no desenvolvimento do país (mau era que assim não fosse), na nossa região e em relação à cidade nem se deve mencionar qual o papel da instituição. A U.Porto FAZ parte da cidade e por isso espera-se que nem se perceba que são duas referências distintas. Quando se pertence, pertence-se e pronto.
A U.Porto deve lutar para fazer mais ciência de ponta sem ter a preocupação imediata da sua aplicação. A universidade tem que criar as condições para que seja possível fazer este tipo de ciência. Não basta querer fazer, a U.Porto tem que arranjar forma, tem que TER as condições necessárias (recursos humanos, logísticos e tecnológicos)  para a fazer. Para se ser uma referência Internacional relevante tem que passar a ser de forma natural e não de forma sobrenatural e digno de comentário. O que é normal não é comentado. Eu exijo que a Universidade do Porto deixe de estar preocupada com o numero de papers que produz e onde publica porque isso deixa de ser por e simplesmente interessante como desafio. Tenho a certeza que se a Universidade se preocupar em criar as condições para que se faça boa ciência, isso passa a ser apenas o normal. Com ovos podem fazer-se omeletas, sem ovos não, acho eu. Talvez se possa conseguir fazer coisas sem ter as ferramentas apropriadas mas não ando a par dessas últimas novidades…Os papers são um produto da boa ciência que se faz e só se faz boa ciência com condições para a FAZER.
A Universidade tem que preocupar em produzir Novidades e não apenas produtos interessantes. A Universidade tem que ser geradora de novas passos para o conhecimento. No dia em que a Universidade se preocupar apenas em servir os interesses do país, da região ou da cidade, MORREU!
 
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel de uma Universidade do Porto daqui a 100 anos?

 Deve inserir os seus melhores investigadores como membros activos da Universidade, deve preocupar-se em estabelecer diálogos entre áreas disciplinares diversas e AVALIAR com consequências os seus membros efectivos e dar oportunidades a outros de pertencerem a esta nova dinâmica. Deve estar preocupada com a ciência que se faz com a participação de alunos e professores onde ambos estejam envolvidos desde o minuto zero. A Universidade tem que ser muito mais experimental. Deve ter coragem para realmente fazer mudanças e não ter mais “cadeiras de perna coxa” a ocupar o espaço que podia ser vivo e vibrante. Não vale a pena pensar em novas políticas sem avaliar inicialmente o que temos e fazer opções claras.   A Universidade deve cativar realmente os melhores DENTRO dela e FORA dela.  
É isto que eu espero da Universidade do Porto e se eu for necessária e interessante para a UP vestirei com muita honra a sua CAMISOLA.
Já agora, como mãe de estudante da UP, espero que o meu filho possa circular livremente entre cursos e áreas disciplinares diversas e não ficar espartilhado num programa pedagógico pensado para 100 alunos formatados. Cada aluno é diferente e só quando a Universidade der a liberdade aos seus alunos de Medicina poderem fazer matérias de Engenharia, Filosofia, Psicologia, Gestão ou mesmo Artes é que vamos ter uma Universidade diferente. Agora, ainda temos um condomínio de Faculdades com regras e portas muito estreitas.
 
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.
 
“- Quem? O infinito?
Diz-lhe que entre.
Faz bem ao infinito
Estar entre a gente.”

 
Alexandre O´Neil

 
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