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José Silva Peneda: “O papel da Universidade na Região e no País é insubstituível”

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O Olhar de...

- Economista e político português

- Presidente do Conselho Económico e Social (CES)

- Ministro do Emprego e da Segurança Social do XII Governo Constitucional (1991 - 1993 ) e do do XI Governo Constitucional (1987 – 1991)

- Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte (1994-1996)

-  Membro do Conselho Consultivo, ex-professor (1973-1975) e Antigo Estudante da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), com Licenciatura em Economia (1972)

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda dessa experiência?

 

A minha ligação à Universidade do Porto foi imposta pela geografia. Vivia, muito perto, em S. Mamede de Infesta e nem me passou pela cabeça frequentar o ensino superior fora do Porto. Acresce que na época já funcionava a Faculdade de Economia o que tornou a opção como algo de natural. Os momentos vividos nesse tempo eram repartidos entre a minha paixão pelo desporto e pelo estudo. Nessa época pratiquei quase todas as modalidades e era dos mais assíduos frequentadores das instalações do Centro Desportivo Universitário do Porto, nas instalações da Rua do Rosário e do Campo Alegre, mas foi no voleibol e no Futebol Clube do Porto que mais concentrei as minhas energias como desportista. Como episódio interessante destaco os momentos vividos nuns campeonatos nacionais universitários em Lisboa em 1969 ou 1970, onde assisti a movimentações para mim desconhecidas dos colegas de Coimbra e de Lisboa contra o regime da época e lembro-me do Ministro da Educação ter tentado discursar num jantar na colónia de férias da Costa da Caparica, onde estávamos instalados e foi impedido de o fazer por causa da vozearia infernal dos “atletas” universitários.

 

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo foi de encontro às suas expectativas?

 

A Universidade do Porto teve a maior das importâncias na minha formação. Naquele tempo não era vulgar frequentar estabelecimentos de ensino no estrangeiro, mas eu tive a oportunidade de frequentar um curso de pós graduação, um mestrado, coisa que não existia em Portugal. Fi-lo na Holanda, no Institute of Social Studies. Havia um período de dois meses onde o Instituto ministrava umas aulas a que se seguia uma espécie de exame para averiguar se os candidatos tinham o conhecimento mínimo sobre matérias essenciais. Passados dois dias eu era monitor do curso porque os professores facilmente se aperceberam da facilidade com que eu resolvia problemas matemáticos que eram na altura ministrados nos liceus e nas cadeiras de estatística e trigonometria da faculdade. Percebi que a qualidade do nosso ensino era de facto das melhores do mundo. Não encontrei nenhum colega com melhor preparação de base do que a minha sendo que eu nem sequer tinha sido um aluno excepcional.

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país)?

 

Penso que o papel da Universidade na Região e no País é hoje muito maior do que no meu tempo de estudante. Basta atentar no número de alunos. Diria que se trata de um papel insubstituível a que se associa uma grande responsabilidade porque um país competitivo só o pode ser como resultado da acção conjugada de múltiplos factores em que a componente do ensino superior e da investigação é fundamental.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Que Universidade gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos?

 

O caminho do futuro vai assentar numa sociedade que evolui para uma maior diversidade e uma maior mobilidade, sendo que tende a ser também mais complexa e mais fragmentada. Outra característica dos tempos modernos é a crescente importância das interdependências sejam financeiras, económicas, entre mercados ou processos. Estas características fazem com que os processos de decisão tendam a tornar-se mais complexos porque têm, cada vez mais, de ter em consideração diferentes tipos de interesses, por vezes mesmo antagónicos. Esta evolução vai obrigar a adopção de estratégia pró-activas que comprometam poderes públicos e os diversos agentes económicos e sociais. E essa percepção só se consegue na base de investigação e de formas de diálogo estruturado. Por isso, daqui a cem anos gostaria que a Universidade do Porto tivesse reforçado e demonstrado o seu papel de liderança na preparação de excelentes quadros e assumisse, cada vez com mais força, a sua importância na interacção com os agentes económicos e sociais da região.

 
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