O Olhar de...
- Empresário português
- Administrador Delegado do grupo Cerealis SGPS
- Membro do Conselho Geral da EGP-UPBS
- Antigo Estudante da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), com Licenciatura em Economia pela (1980). Em 1989, conclui o MBA na Escola de Gestão do Porto (EGP).
– Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da U. Porto?
A minha ligação à UP iniciou-se em 1975, ano de entrada para a licenciatura na FEP. Foi uma licenciatura muito especial. Porque as faculdades tinham estado encerradas no ano anterior e houve muitos jovens a regressar das ex-colónias, o número de alunos naquele primeiro ano ultrapassou os 900. E a quantidade gerou qualidade. Qualidade de alunos e de amigos. É impossível não recordar o elevado grau de informalidade que se vivia naquela época, em que os valores, comportamentos e modelos de autoridade eram sistematicamente questionados.
Com o passar dos tempos, a intervenção dos professores mais qualificados, o seu empenho, o envolvimento das associações de estudantes, foram repostos os valores e padrões de qualidade intrínsecos à FEP e à UP.
Depois, já em 1988 / 89 frequentei o primeiro MBA da U.Porto, mais precisamente da EGP UPBS. O projecto EGP UPBS foi uma “pedrada no charco” no ensino da gestão no Norte do país. A transversalidade às várias faculdades da Universidade do Porto, o peso de docentes internacionais e a qualidade dos alunos que se candidataram foram determinantes para que aquela tenha sido uma das experiências mais gratificantes da minha vida pessoal e profissional.
Mais tarde, como assistente convidado da FEP, tive o privilégio de perceber o que era “estar do outro lado ” e aprender tanto com o processo de ensinar.
Actualmente tenho o privilégio de, enquanto membro do Conselho Geral da EGP UPBS, acompanhar os destinos da Escola de Gestão da UP, que continua a ser um projecto de referência da nossa Universidade.
– Qual a importância da Universidade do Porto no seu percurso profissional? De que forma foi ao encontro das suas expectativas?
A formação que tive na FEP, mas muito em particular o MBA da EGP (hoje, EGP UPBS), prepararam-me para os desafios que tive que enfrentar na minha carreira profissional. No meu processo de aprendizagem tive contactos com escolas de gestão internacionais. As bases que adquiri na formação recebida na UP permitiram-me estar ao nível exigido por essas escolas, tendo sido gratificante compreender estar habilitado a responder aos desafios que me eram colocados..
– Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade e de que modo se poderá projectar no futuro ?
A formação é a maior riqueza que se pode deixar às gerações que nos sucedem. Sem retirar importância às diferentes fases do processo de escolarização, a começar pelo ensino primário, é no ensino Universitário que se consolida a capacidade de inserção dos cidadãos neste mundo cada vez mais competitivo e global. A Universidade partilha a responsabilidade de dinamizar o processo de crescimento da sociedade, através da formação em todas as valências do conhecimento.
– Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel da Universidade daqui a 100 anos?
Os jovens do futuro nascerão globais. Estarão menos condicionados pelos factores de proximidade geográfica. A atracção e retenção desses jovens estudantes e profissionais será feita pela oferta de qualidade, diferenciada e reconhecida. A UP, inserida numa comunidade de fortes valores e tradições, de gente de trabalho e empreendedora, com práticas de qualidade comprovadas, tem todos os ingredientes para ver reforçado o seu reconhecimento nacional e internacional enquanto agente de formação. A aposta em projectos transversais às diversas áreas de conhecimento, à semelhança do da EGP UPBS, unindo esforços em favor do colectivo, será um factor crítico de sucesso para as próximas décadas.
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