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Tiago Outeiro: "A U.Porto deve orgulhar-se por ter gente que projecta a Ciência portuguesa lá fora"

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O Olhar de...

- Cientista português

- Investigador com trabalho reconhecido e premiado internacionalmente na área das doenças neurodegenerativas. ActuaL Director da Unidade de Neurociência Celular e Molecular no Instituto de Medicina Molecular (Faculdade de Medicina de Lisboa)

- Antigo Estudante da Universidade do Porto, com Licenciatura em Bioquímica

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante?

 

Mais do que académica, a minha ligação à Universidade do Porto é pessoal. Eu sou do Porto, cresci no Porto e sempre vivi no Porto, portanto, ainda antes de entrar na Universidade, eu já tinha algum contacto com as actividades da academia. Contudo, a minha primeira ligação efectiva à Universidade ocorre em 1994, quando entrei para a Faculdade de Ciências. Uma vez que a licenciatura de Bioquímica é dada em parceria pela FCUP e pelo ICBAS, tínhamos aulas em vários pólos da Universidade, o que me permitiu viver uma experiência académica muito enriquecedora, marcada pelo contacto com pessoas e sítios diferentes. Ao longo deste período da licenciatura, fui também tendo a oportunidade de contactar mais de perto com o trabalho de alguns professores, o que criou também em mim algum interesse por determinadas áreas da Ciência que procurei depois explorar à medida que fui avançando no meu percurso.

Na Universidade do Porto tive também a oportunidade de ter uma primeira experiência académica no estrangeiro. No último ano da licenciatura optei por fazer o estágio fora do país e, através de contactos entre a U.Porto e a Universidade de Leeds (Inglaterra), tive a oportunidade de passar uns meses lá. Entretanto, claro que a minha ligação à Universidade se manteve depois da licenciatura. Eu fiz o doutoramento m Ciências Biomédicas no estrangeiro (MIT - Instituto Tecnológico de Massachusetts, EUA) mas defendi-o pelo ICBAS, pelo que é uma ligação que tem uma duração de quase 10 anos.

Em todo este tempo, houve naturalmente alguns momentos marcantes. A nível académico, houve um trabalho que recordo com particular interesse, que me permitiu entrar na área que ainda trabalho hoje em dia, que tem a ver com doenças neurodegenerativas. Era um trabalho em que nos era pedido que planeássemos um projecto de investigação num tema à nossa escolha e eu, em conjunto com um colega, acabei por escolher algo de que na altura, nos anos 90, se falava muito e que preocupava toda a gente: os priões, os agentes causadores da doença das vacas louca. A partir daí, fui tentando aprender mais sobre este tema, o que acabou por ser determinante no meu percurso futuro.

 

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo foi de encontro às suas expectativas?

 

Tudo o que aprendi na U.Porto está na base daquilo que faço actualmente. A licenciatura e, mais tarde, o doutoramento em Ciências Biomédicas permitem-me hoje fazer mais do que Bioquímica e estar mais próximo do conceito de “investigação translação”, resultante da interface entre a investigação fundamental e a investigação clínica. Por tudo isso, a influência da Universidade é, de facto, clara em todo o meu percurso.

Porém, acho que a influência que e a U.Porto teve em mim não é diferente daquela que teve noutras pessoas. Tenho vários colegas que fizeram comigo a licenciatura e que, hoje em dia, têm os seus grupos de investigação e estão a ser reconhecidos a nível internacional. Nesse sentido, a Universidade do Porto e a licenciatura em Bioquímica em particular, deve orgulhar-se por ter lançado muita gente que se tem destacado e contribuído de alguma forma para que a Ciência portuguesa seja reconhecida e projectada lá fora.

 

- Como avalia o papel desempenhado – no passado e no presente – pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país), com especial enfoque no campo da investigação?

 

A Universidade do Porto é sem dúvida uma das instituições de ensino superior mais conceituadas no país. Claro que isso acontece mais numas áreas do que noutras mas, quando falamos em Ciência ou em Engenharia por exemplo, a Universidade é uma instituição incontornável. E isto não se reflecte apenas ao nível da investigação ou do ensino. Eu recordo as Queimas das Fitas, que mobilizam e fazem mexer toda a cidade e a própria região.

Mas apesar de ser do Porto, não sou fundamentalista. Acho que temos um país demasiadamente pequeno e com recursos limitados para que tenhamos de recorrer a bairrismo exagerados. Nesse sentido, a Universidade tem um papel importante na região, mas também no próprio país. Quanto mais forte for a Universidade do Porto mais forte é o país. E é isso que devemos tentar alcançar em conjunto com as outras universidades porque, de outra forma, estamos a dividir recursos e esforços de pessoas que no fundo deviam estar a puxar todas no mesmo sentido.

Para além disto, há na Universidade vários institutos de investigação que se têm destacado, não só a nível nacional, como internacionalmente. Isso é evidente pelas pessoas que estão à frente das instituições, que são pessoas de grande prestígio internacional, como pelos seus investigadores, reconhecidos por todo o mundo nas suas áreas de trabalho.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?

 

O caminho a traçar pela Universidade do Porto é o caminho que todas as universidades devem seguir e que eu penso que a U.Porto, em particular, tem feito um esforço por alcançar. E esse caminho passa por premiar o mérito, promover a excelência, procurar pessoas que de facto se destaquem pela qualidade dos seus trabalhos e da sua docência. Para atrair os melhores estudantes é preciso ter os melhores professores e isso tem que ser o objectivo primordial para qualquer universidade que quer ser competitiva a nível nacional e internacional. Vivemos actualmente num mercado global e, numa sociedade em envelhecimento continuado, não me parece que o número de estudantes vá continuar a crescer. Nesse contexto, a U.Porto tem de procurar cada vez mais atrair estudantes de fora. Isso não só fortalecerá a Universidade e as pessoas que estão associadas a ela, como irá promover uma dinamização da cidade, da região, do país. De resto, este caminho deverá passar pela modernização das instituições, permitindo que se contratem e fixem pessoas de qualidade, fornecendo-lhes condições competitivas para que posam desenvolver o seu trabalho.

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto (formato livre)

 

Queira dar os parabéns à Universidade do Porto por estes 100 anos, que são 10 anos associados à vida e à história do nosso país, cuja república também comemora agora 100 anos. Desejo que os próximos 100 sejam ainda melhores, que a Universidade do Porto consiga continuar o seu caminho até ao top das universidades europeias porque, com isso, ganha a Universidade, ganha a cidade do Porto e ganha o país.

 
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