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Vítor Hugo: "A U.Porto deve promover um intercâmbio muito maior entre as faculdades"

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O Olhar de...

- Ex-hoquista e médico dentista português

- Antigo hoquista do FC Porto (1980-1992), Novara / Itália (1987 -1988) e da seleção nacional (1979-1992), é considerado um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos

- Antigo selecionador nacional de Hóquei em Patins (2000-2003), vencedor do Mundial’2003

- Medalha de Mérito Desportivo da República Portuguesa (1987); Medalha Olímpica “Nobre Guedes” (1992)

- Antigo Estudante da Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto (FMDUP), com licenciatura em Medicina Dentária (1982-1991)

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto?

 

Eu entrei para a Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto [FMDUP] em 1982. Na altura já jogava no Futebol Clube do Porto e apostei na FMDUP como primeira opção, até porque já era considerada naquela altura como uma das melhores faculdades em Portugal. Acabei por entrar e, dessa forma, juntar os meus dois amores: jogava hóquei e estudava no sítio onde queria. Por outro lado, foi uma relação de conveniência porque o Porto é a minha cidade e era aqui que tinha os meus amigos.

Viria a concluir o curso em 1991. Pelo meio tive um interregno no fim do 3º ano [antigamente, os três primeiros anos faziam-se na Faculdade de Medicina e os outros três eram na FMDUP] para ir jogar para Itália (Novara).

Na verdade, foi também nesse período que vivi o desafio de conciliar uma carreira desportiva com o percurso académico. Foi difícil mas tentei fazê-lo da melhor maneira. Na altura não havia estatuto de alta competição. Podíamos adiar um exame ou outro nas não tínhamos qualquer tipo de benesse. Por isso houve alturas em que coloquei a faculdade em primeiro lugar. Recordo-me de um campeonato da Europa em Itália, em 1983, para o qual estava convocado mas a que optei por não ir porque precisava de terminar duas cadeiras. Assim como houve exames que não pude fazer porque havia europeus e mundiais a disputar. A época do hóquei em patins é muito densa e chegávamos a estar 11 meses sempre a competir. Houve uma altura em que eu ia à seleção de juniores e à de seniores, pelo que estava praticamente sempre em atividade. Resultado. Durante quatro anos, tive 15 dias de férias. Foram tempos difíceis mas, fazendo a retrospetiva, voltava a fazer tudo na mesma.

 

- Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da U.Porto?

 

Recordo-me dos colegas excecionais, companheiros pelos quais nutro ainda hoje uma grande amizade, que me ajudaram muito, puxando por mim nos momentos em que eu desanimava. É engraçado porque eles nunca me abandonaram.

Também tive professores fantásticos, que me davam todas as condições para me preparar em condições. Hoje trabalho com alguns deles e nutro por eles uma amizade para além da parte profissional.

Recordo um episódio que ilustra tudo isto. Quando assinei o contrato para jogar em Itália, o meu pai fez contra-vapor e tentou convencer o professor Fernando Peres [uma das minhas grandes referências na Universidade do Porto, um professor fantástico e uma pessoa com carisma inacreditável] a dar-me a volta e a demover-me da ideia. Ele acabou por me incentivar ainda mais a ir, dizendo-me: “Vítor, tu vai, mas promete-me que voltas para acabar o curso”. E assim foi. É um exemplo dos momentos de grande amizade e cumplicidade que tínhamos, mas sempre com um sentido profissional muito grande.

 

- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional?

 

Muita. No seguimento da resposta anterior, eu tive sempre na Universidade do Porto e na FMDUP o maior apoio possível. De alguma forma, senti que estava sempre em casa. É essa familiaridade que tínhamos e que eu acho - e digo-o com todo o orgulho - que é difícil encontrar noutro tipo de faculdade ou universidade.

Sinto, se calhar, que as coisas estão hoje um pouco diferentes. A Universidade cresceu, a faculdade cresceu e, às vezes, essa evolução traz o reverso da medalha. Na altura eramos poucos mas tínhamos um sentido de entreajuda e um conhecimento entre nós muito maior do que o que há agora. Foi isso que me permitiu completar o curso e seguir o caminho que percorri até hoje.

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país)?

 

A Universidade está presente em todo o lado e isso é reconhecido nos mais diversos domínios. A Faculdade de Medicina é considerada uma das melhores escolas de medicina do mundo. A Faculdade de Arquitectura já conquistou dois prémios Pritzker… Por outro lado, noto que houve nos últimos anos uma grande evolução em termos da estrutura e das condições que são colocadas à disposição dos professores e dos alunos. Não há qualquer comparação entre olhar para a Universidade hoje e aquela que tínhamos há 20 anos.

Contudo, e apesar destas conquistas, acho que a Universidade pode e deve promover um intercâmbio muito maior entre as faculdades. Apesar de haver alguma evolução nesse sentido, a dispersão dos polos universitários faz com que ainda haja um distanciamento muito grande entre as escolas. Aproximar as faculdades será por isso um dos passos a dar no futuro.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional?

 

Passará muito pela divulgação e afirmação daquilo que a Universidade faz, do trabalho dos nossos docentes e estudantes, no fundo, daquilo que ela tem de melhor. Há muita gente que tem os olhos postos na Universidade. Não é à toa que temos os dois “Nobel” da Arquitetura e que temos vindo a crescer nos rankings. Mas temos que ter capacidade para projetar ainda mais essa imagem de sucesso.

Em termos de ensino também acho que podemos melhorar cada vez mais. A qualidade trabalha-se diariamente e temos que ser capazes de resistir ao caminho da facilidade e do facilitismo.

 

- Que Universidade do Porto gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos?

 

A Universidade do Porto já é hoje uma referência a nível nacional e internacional. Gostaria que o fosse cada vez mais, afirmando-se pela qualidade do ensino e da investigação que produz. Quanto à FMDUP, gostaria que se afirmasse claramente como uma referência a todos os níveis, até como homenagem ao esforço do Professor [Fernando] Peres. Se a faculdade tem hoje as condições que tem, deve-o a ele.

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto (formato livre)

 

Grande parte do sucesso da Universidade vem do trabalho e do empenho das pessoas que a dirigem e a lideram. Se isso continuar a evoluir em crescendo como até agora, estamos no bom caminho para ter ainda mais sucesso.

 

 
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