O Olhar de...
- Médico e político português
- Secretário de Estado da Saúde no XVII Governo Constitucional (2008-2009) e Secretário de Estado Adjunto e da Saúde no XVIII Governo Constitucional (2009-2011)
- Deputado à Assembleia da República (2005-2008 e 2011-)
- Antigo estudante da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), com licenciatura em Medicina (1990)
Mais informações
- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da FMUP?
A minha ligação à U.Porto inicia-se com a minha entrada no curso de medicina, com apenas 17 anos. Depois consolidou-se ao longo do percurso académico. Após a licenciatura exerci medicina no Hospital S. João e mantive-me imerso no ambiente universitário que caracteriza aquele grande espaço de saúde, tendo colaborado ao longo de mais de uma década no ensino de alunos finalistas de medicina. Conservo uma imagem muito positiva dos tempos de estudante. O isolamento da Faculdade de Medicina no ainda incipiente polo da Asprela era compensado pela intensidade do estudo e por uma diversificada atividade cultural e associativa, num ambiente de quotidiano convívio estudantil. Tornei-me, aliás, dirigente da Associação de Estudantes e, através dela, participei muito na vida de toda a academia, incluindo a criação da FAP.
- Qual a importância da Universidade no seu percurso profissional / cívico e que modo foi de encontro às suas expectativas?
A formação obtida na U.Porto, em sentido amplo, que vai muito além dos conteúdos curriculares, constituiu o alicerce da minha vida profissional e cívica, que considero muito realizada. Como já referi, o facto de ter trabalhado como médico, durante década e meia, num Hospital universitário, prolongou durante muitos anos os efeitos benéficos da minha passagem pela Faculdade. No fundo senti-me sempre envolvido no espírito da Universidade.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo se poderá projetar para o futuro?
A Universidade é hoje, em minha opinião, o principal esteio de um projeto de desenvolvimento para a cidade e para a Região. É a partir dela que irradia o conhecimento que pode permitir a construção de uma nova economia, inovadora e competitiva. É o seu exemplo de exigência, de cosmopolitismo aliado à valorização da tradição, que pode constituir o fermento desse ressurgimento regional. E, sem um Porto e um Norte fortes, Portugal não poderá crescer e ultrapassar as dificuldades com que está confrontado.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Que Universidade do Porto gostaria que se celebrasse daqui a 100 anos...?
A Universidade deve pugnar por afirmar esses valores, essa exigência, renovar em cada momento uma ambição de qualidade e liderança. Espero que possa cada vez mais encontrar outros interlocutores regionais capazes de potenciar as enormes possibilidades de progresso que essa sinergia entre a Universidade e a Região abre continuadamente. Espero que o segundo centenário encontre uma U.Porto diferente, adaptada às novas realidades, mas igual na liderança académica do país.
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.
Em momentos de crise como os que vivemos no país, projetados de forma ainda mais dramática no Porto e no Norte, a chama da Universidade do Porto arde com redobrada intensidade apontando um caminho e servindo de exemplo. Estes 100 anos iluminam o caminho do esforço que coletivamente temos que empreender. Obrigado U.Porto!
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