O Olhar de...
- Sociólogo e político português (mais informações)
- Professor Catedrático da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP)
- Ministro da Defesa Nacional do XVIII Governo Constitucional (2000-2002); Ministro dos Assuntos Parlamentares do XVII Governo Constitucional (2005-2009); Ministro da Educação e Ministro da Cultura do XIV Governo Constitucional (2009-2011)
- Pró-reitor da Universidade do Porto, entre 1998 e 1999
- Antigo Estudante da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), com Licenciatura em História (1978)
- Como é que teve origem e se tem vindo a desenvolver a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante/professor/Pró-Reitor da U.Porto?
Entrei, como estudante, na Faculdade de Letras do Porto, em 1973, e aí me licenciei, em História, em 1978. Em 1981, fui admitido num concurso público para assistente estagiário da Faculdade de Economia e, assim, iniciei um percurso como docente na nossa Universidade. Como momentos fundamentais deste duplo percurso de discente e de docente, recordo os seguintes: a) a participação, absolutamente exaltante, na reconstrução democrática da Faculdade, a seguir ao 25 de Abril de 1974; b) a participação no movimento associativo estudantil, para mim uma grande escola de formação pessoal, ética, política e cívica; c) o conhecimento e o trabalho com o Prof. José Madureira Pinto, na Faculdade de Economia, mestre como poucos mais encontrei e que me orientou, com amizade e companheirismo, nos caminhos, para mim novos, da sociologia; d) a oportunidade que encontrei, na Faculdade de Economia, para desenvolver, em clima de liberdade intelectual e de rigor académico, o meu percurso profissional, beneficiando do incentivo de tantos colegas (sem querer cometer nenhuma injustiça, recordo apenas três já falecidos: Armando de Castro, José Valente, Manuel Duarte Baganha); e) a experiência de intervenção pública a partir de um olhar universitário, materializada na coluna "Da Outra Margem", idealizada por José Valente e concretizada no jornal "Público" (além de José Valente e de mim próprio, colaboraram nessa coluna Daniel Bessa, Elisa Ferreira, Fernando Freire de Sousa e Manuel Oliveira Marques); f) a reflexão e a acção em prol da modernização da Universidade do Porto e da sua ligação com o ambiente económico, cultural, político, conduzida no reitorado de Alberto Amaral e envolvendo, nalguns casos pela primeira vez, professores de várias faculdades e centros de investigação da Universidade; g) e a coordenação do Plano Estratégico da Universidade, minha responsabilidade primeira quando fui pró-reitor, na equipa do reitor Novais Barbosa.
- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional?
Sociólogo numa Faculdade de Economia, tenho por assim dizer cultivado uma filiação académica e profissional múltipla. Doutorei-me no ISCTE, colaboro regularmente com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com a Universidade Nova de Lisboa, com a Faculdade de Economia e o Centro de Estudos Sociais, em Coimbra, com a Faculdade de Letras do Porto. Mas a FEP tem sido, naturalmente, o centro da minha atividade - um centro em que me sinto muito bem.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projetar para o futuro?
Penso que a Universidade do Porto tem feito um esforço notável de modernização e plena inserção social e territorial, nas últimas três décadas. Um esforço em geral conseguido. O nível de internacionalização que atingiu, a excelência de várias das suas escolas, centros de investigação e académicos, a capacidade de atração de estudantes, nos vários ciclos de estudos, o diálogo e parceria que vem construindo com os atores relevantes do seu meio ambiente, estão aí para comprová-lo.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Que Universidade do Porto gostaria que fosse celebrada daqui a 100 anos?
Daqui a 100 anos? Gostaria que a Universidade fosse, continuasse a ser, o que sempre quis ser: um lugar de estudo livre, crítico, empenhado.
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.
A Universidade do Porto foi criada pela República. Saibamos ser republicanos, no sentido que esta palavra pode e deve ter hoje: interessados na coisa pública, atentos aos desafios do nosso tempo, convictos no valor do conhecimento que se faz e difunde em comunidade.
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