O Olhar de...
-Empresário e empreendedor português
- Fundador da revista "Marketeer" (1995) e da empresa Ndrive (2001)
- Antigo Estudante e Professor de Economia da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, com Licenciatura em Gestão de Empresas (1992) e Mestrado em Marketing (1999)
- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à Universidade do Porto? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante da U.Porto?
Ambos os meus pais diplomaram-se pela Universidade do Porto. O meu pai também foi professor da Faculdade de Economia nos anos 60 e 70, pelo que a minha relação com a Universidade vem já do berço…
Mas é no momento da entrada no primeiro ano da faculdade, com todo o ritual académico, que me apercebo que sem dúvida será a experiência de ensino que mais impacto vai ter e definirá o meu trajecto futuro.
- Qual a importância da U.Porto no seu percurso profissional e que modo foi de encontro às suas expectativas?
De aluno, passei a docente por um período de 9 anos. Pelo que não só a Universidade me enquadrou enquanto profissional como foi parte da minha carreira inicial.
- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, país) e de que modo ele se poderá projectar para o futuro, com especial enfoque ao nível da criação de inovação e conhecimento?
A Universidade tem de ser cada vez mais o motor da inovação e empreendorismo da região.
É o ambiente certo, tem as pessoas com os conhecimentos e atitude correctos, laboratórios que permitem experimentar novas ideias e tem alunos com energia para arriscar.
O desafio da classe docente a meu ver, passa cada vez mais por se assumirem como tutores de experiências desafiantes e a empreender por parte dos seus alunos. Incentivando o risco, o desafio, a mentalidade de que tudo é possível, tão próprio dos vinte anos.
Até enquadrada no espírito actual da situação do país, a Universidade não deve ter como enfoque formar a próxima geração de funcionários públicos, mas sim a próxima geração de empresários globais, nas novas áreas do saber e actividade humana.
- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel de uma Universidade do Porto daqui a 100 anos?
Independentemente da nossa vontade, as empresas ficaram globais, os estados interdependentes uns dos outros e o saber universal. A universidade tem cada vez mais de se posicionar no contexto internacional, pois é o mercado natural dos seus alunos.
Tendo eu próprio sido um dos primeiros alunos do Erasmus, penso que este tipo de programas é uma das vias de preferência de evolução. Colher os benefícios da Europa implica conhecer a sua diversidade, viver bem nas suas diferentes línguas e nada melhor do que uma Universidade para iniciar os indivíduos numa experiencia multicultural que enriquece a inteligência emocional e o poder de iniciativa num contexto global.
O aluno que estuda e faz exames, é um animal do passado. A sociedade moderna exige um ser que pensa lateralmente nos problemas, arrisca com opiniões, toma a iniciativa e lidera o grupo em que se insere. A Universidade tem de encubar este novo saber, fazê-lo com base numa experiencial integral de ensino, proporcionando novas experiências aos seus alunos.
- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto (formato livre)
É com grande satisfação que avalio de forma muito positiva os primeiros 100 anos da Universidade do Porto. Permitiu indubitavelmente moldar a região como um centro de saber e decisão nos negócios, artes e ciência.
Vamos comemorar e repensar o papel da nossa Universidade no próximo Século, onde os meus filhos e netos se irão integrar, na expectativa de terminarem uns seres mais completos, mais preparados para iniciar uma nova revolução de mentalidades que faça avançar novamente o saber, as artes e a ciência.
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