ANTECEDENTES
“Portugal recusara aderir ao Pacto de Família. Receava-se, por isso, a todo o momento, a invasão das fronteiras pelas tropas de Espanha. Vivia-se uma fase difícil da Guerra dos Sete Anos. A Nação prepara-se para a guerra iminente. As companhias de ordenanças procedem ao recenseamento dos chefes de família e dos filhos varões. Recrutam-se soldados procuram-se armamentos, pagam-se às tropas os soldos em atraso, reparam-se fortalezas. Enfim, mobiliza-se o país…”.
É num contexto conturbado que, no eclodir da segunda metade do século XVIII, se encontram os antecedentes mais remotos das faculdades que constituem a Universidade do Porto. Mais concretamente, viajamos até 30 de Julho de 1762, data em que um decreto assinado por D. José promulga o estabelecimento da Aula de Náutica, na sequência do pedido dirigido à Coroa por 35 dos principais comerciantes portuenses para construção de duas fragatas de guerra destinadas a comboiarem os navios mercantes que saíam pela barra da cidade.
“Porque as fragatas exigiam pessoal qualificado, oficiais com educação para aquele importante serviço”, assinalava-se assim o início do ensino público na cidade do Porto. Dirigida pela Junta Administrativa da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, a Aula Náutica ministrava uma instrução prática, completada com ensinamentos a bordo das embarcações mercantis que faziam carreira para os domínios ultramarinos.
Funcionando nas instalações do Colégio dos Meninos Órfãos, local onde "habita" hoje o Edifício Histórico da Universidade do Porto, esta Aula teve como primeiro professor António Rodrigues dos Santos, nomeado em 12 de Maio de 1764, com “obrigação de ser mestre da aula da cidade do Porto, na qual lerá todos os dias que não forem de guarda, e explicará a náutica aos oficiais da marinha e mais pessoas que se quiserem aplicar àquela ciência”.
Mais informações
(Texto adaptado de SANTOS, Cândido dos - Universidade do Porto: raízes e memória da Instituição. Porto: UP, 1996).
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